quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Triangular final do Apertura na Argentina mostra uma boa alternativa para o campeonato brasileiro

O Torneio Apertura do Campeonato Argentino de 2008 terminou de forma extraordinária. O Boca Juniors conquistou seu vigésimo nono título nacional da história na partida decisiva contra o modestíssimo Tigre, equipe que voltou a disputar a primeira divisão apenas em 2007, depois de 25 anos fora da elite do futebol argentino. Apesar de ter perdido o jogo por 1 a 0, o Boca se sagrou campeão.

O Apertura 2008 foi histórico. Pela segunda vez, teve que ser decidido em um triangular final. Na Argentina não há critérios de desempate. Se duas ou mais equipes terminarem empatadas no final da competição, o campeão é decidido em jogos desempate, em estádios neutros. A primeira vez que três equipes empataram na primeira posição foi em 1968, quando o Vélez Sarsfield conquistou seu primeiro campeonato, ante o Racing e River Plate. Em outras seis oportunidades, incluindo a desse ano, jogos desempate foram feitos, sendo o último no Apertura de 2006, quando o Estudiantes foi campeão em cima do Boca.

Emoção não faltou no triangular de 2008. Além de Tigre e Boca, o San Lorenzo disputava o torneio desempate. No primeiro jogo, o San Lorenzo ganhou do Tigre por 2 a 1, e poderia ter feito mais. A equipe do veterano Solari poderia ser campeã se vencesse o Boca, mas acabou eliminada, pois perdeu por 3 a 1, e não teria mais chances no saldo de gols. O terceiro gol salvador de Chávez para os Xeneizes nos acréscimos não só eliminou o San Lorenzo, como deu o título para seu time.

Na derrota para o Tigre, a pressão depois do gol de Lázzaro foi enorme. Em um momento raro, o goleiro foi substituído por motivos técnicos. García, que falhou no gol, estava claramente abalado, e o treinador Carlos Ischia não hesitou em tirá-lo de campo, já que ele também havia engolido um frango no gol sofrido contra o San Lorenzo. Mas com toda sua tradição, o Boca soube usar a “catimba” e segurou o resultado, como nenhum outro time no mundo sabe fazer, principalmente em jogos decisivos.


Mas o motivo desse post é mostrar a alternativa que os argentinos dão a competitividade do campeonato. O jogo desempate também é usado na Itália, mas lá não há como serem mais de duas equipes na disputa. Se três ou mais empatarem, somente os dois melhores, no confronto direto durante o campeonato, decidem o título. Em recente post nesse blog, Fernando Vasconcelos levantou argumentos que derrubam qualquer crítico do sistema de pontos corridos. A não presença das finais é um dos principais pontos levantados por esses críticos.

O jogo desempate é uma alternativa para que o Brasileirão tenha essa final. Em sete campeonatos desde que foi mudado o sistema, o campeonato brasileiro foi decidido na última rodada em três oportunidades, o que comprova que há muitas chances de duas ou mais equipes terminarem empatadas no final. Imagine como seria interessante uma partida entre São Paulo e Grêmio, caso o tricolor paulista perdesse para o Goiás. Mas no Brasil isso remeteria novamente à questão do calendário, já que os jogadores perderiam um pouco de suas férias para disputarem o jogo, ou jogos a mais. A solução mais viável, sem me alongar, acho ser a diminuição dos estaduais. Mas isso é outra discussão.

Levanto essa questão também ao analisar os critérios de desempate no Brasil. Se o São Paulo tivesse perdido para o Goiás, o Grêmio seria campeão por número de vitórias. Ora, perder menos é tão honroso quanto ganhar mais, desde que tenham o mesmo número de pontos? O saldo de gols é consagrado tradicionalmente em muitas competições. Os campeonatos inglês, francês e alemão o usam como primeiro critério de desempate. Mas o confronto direto tem crescido nos principais campeonatos do mundo. No português e no espanhol (na temporada de 06/07, o Real Madrid só foi campeão por ter ganhado uma partida e empatado a outra diante do Barcelona) é o primeiro critério, como também na Liga dos Campeões. Na Alemanha e na França, é o terceiro critério. O fato é que número de vitórias não aparece em quase nenhum. Somente em Portugal, como apenas o quinto fator desempate.

Os critérios de desempate no Campeonato Brasileiro poderiam ser mudados. O número de vitórias não me parece ser o mais justo. O Apertura de 2008 do campeonato argentino mostrou uma boa saída, com o jogo desempate, que daria chances de acontecer as tão desejadas “finais”. Seria uma atração e tanto. Para que a final possa acontecer com maior regularidade, alguns defendem o confronto entre o campeão do primeiro turno contra o vencedor do segundo. Mas acredito que prejudicaria a cultura de planejamento a longo prazo que está começando a engrenar no Brasil. Se o jogo desempate não for a melhor opção, por questões de logística (calendário, direitos de transmissão, já que a Globo teria que rever sua programação), acredito que o confronto direto tem que ser utilizado como o primeiro critério de desempate, seguido de saldo de gols. Desse modo seria mais justo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Goiás perde Fahel e Rafael Marquez e novos reforços não agradam

Mesmo com a mudança no poder político o Goiás o presidente Pedro Goulart, fazendo nada mais do que o seu dever, segue planejando o próximo ano do time esmeraldino.

O anúncio da renovação de contrato de Ramalho foi muito importante para o esquema de Hélio dos Anjos. Um jogador de boa referência na marcação e que foi muito importante neste ano de 2008 no clube alviverde.

Hélio queria manter o time e trazer mais 5 reforços para deixar o Goiás um clube competitivo. Mesmo com a renovação de Ramalho, falta muito para o time brigar por um título expressivo.

O departamento de futebol demonstrou incompetência em finalizar apenas um acordo verbal com Fahel e Rafael Marquez antes dos atletas entrarem de férias. O resultado é que Fahel fechou contrato com o Botafogo e Rafael Marquez se já não está fechado com o Grêmio está muito perto de assinar com o clube gaúcho. Acreditar em empresário de futebol???????

Convenhamos caro João Gualberto, diretor de futebol, está é uma máxima que mesmo aqueles que não trabalham com futebol sabem. Em entrevista coletiva no anúncio do segundo reforço no ano, o diretor garantiu que “ agora o Goiás está mais experto com as ações de empresários”. Mas... só agora?

Bom é ouvir o técnico Hélio dos Anjos dizer “ Vou sentir muito a falta de Fahelzinho mas têm o seguinte, zagueiro e volante você encontra três bons hoje em cada esquina”.

Para suprir ausências no elenco do Goiás até agora a diretoria anunciou dois reforços. Rafael Gomes que estava no Figueirense e Felipe que estava no Naútico.

Lembro muito bem deste Gomes no Vasco. Uma verdadeira tragédia para o torcedor cruzmaltino. Um jogador que até sabe se posicionar bem, mas faz muitas faltas desnecessárias além de que não tem boa velocidade. Hélio dos Anjos afirmou que ele foi sua indicação e gostou da atuação dele diante do Goiás contra o Figueirense aqui no Serra Dourada este ano.

Este Felipe é um jogador fraco também. Não tem velocidade, não é homem de área e para falar a verdade, não jogou nada no Naútico. Não vai se adaptar ao esquema 3-6-1 do Hélio dos Anjos.

Diferente do que já ouvi da torcida e até da imprensa, só porquê ele marcou dois gols no Vila Nova não quer dizer que foi uma boa contratação.

Neste final de ano o Goiás provavelmente não anuncie mais nenhum jogador para a sua torcida.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Mundial de Clubes precisa de modificação

Pelo segundo ano consecutivo, o continente asiático teve dois representantes no Mundial de Clubes da Fifa. Isso aconteceu porque a partir de 2007, o campeão japonês passou a ter o direito de representar o país na competição, para que assim o público se interessasse mais pelo torneio, que é realizado na terra do sol nascente. O problema é que coincidentemente o campeão japonês também conquistou o campeonato asiático. No ano passado, o Urawa Red Diamonds venceu a Liga dos Campeões da Ásia e foi campeão nacional. Com isso, o ''glorioso'' Sepahan United, do Iran, que foi vice-campeão asiático, herdou uma vaga no Mundial. Em 2008 a história se repetiu e o Gamba Osaka foi campeão japonês e continental, abrindo uma vaga para o Adelaide, segundo colocado na Liga Asiática.

Já que dois times da Ásia têm jogado o campeonato mundial, não seria melhor se Europa e América do Sul tivessem dois representantes? É claro que no ano que vem, com o Mundial sendo disputado nos Emirados Árabes, é pouco provável que o campeão do país sede seja também o campeão asiático. Mesmo assim, seriam dois representantes desse continente na competição de clubes que deveria ser a mais importante do mundo. Essa distorção se reflete no interesse dado ao Mundial. Querendo ou não, os clubes da Europa vão valorizar mais a Champions League do que o Mundial por causa da rivalidade e dos grandes clássicos do torneio europeu. Mas como seria um eventual reencontro entre Manchester United e Chelsea em solo japonês? Penso que seria disputado como uma guerra e o fato de dois times do mesmo país decidirem o campeonato do mundo, por exemplo, não tiraria o brilho da competição.

O que tira o brilho é ver uma partida entre Adelaide e Waitakere em uma fase preliminar que começa 10 dias antes da final. E se começa 10 dias antes da decisão, calendário parece não ser tanto problema assim. É possível fazer um torneio com dois grupos de quatro equipes (como foi feito em 2000 no Brasil) e fazer os times disputarem mais partidas. Em duas semanas, por exemplo, seria viável realizar um torneio mais atraente. Já que citei o confronto entre Chelsea e Manchester United, que decidiram a Champions League esse ano, que tal uma revanche entre Fluminense e LDU? Seria muito interessante.

Com o crescimento dos times mexicanos dentro da Libertadores da América, cheguei a ficar com receio de quem um dos mexicanos conquistassem o torneio sul-americano. Se isso acontecesse, o vice-campeão da Libertadores iria disputar o mundial, já que os times do México pertencem à Concacaf e não à Conmebol. A simples possibilidade de um vice-campeão continental jogar o mundial já me desagradava muito, mas diante do cenário atual, em que o segundo colocado da Ásia está jogando a competição, vejo a possível entrada de mais um time da América do Sul e outro do velho continente no torneio com bons olhos. São continentes com times infinitamente mais tradicionais e isso levaria mais rivalidade à competição. A ausência de rivalidade talvez seja o maior problema do Mundial.

Só por curiosidade, em 1993 o São Paulo conquistou o seu segundo título mundial. O adversário foi o Milan. Para quem não se lembra, ou não sabe, o time italiano não foi o campão europeu da temporada e sim o segundo colocado. O campeão do velho continente foi o Oympique de Marseille, da França, mas o time foi punido por causa irregularidades financeiras e foi impetido de disputar o Mundial, além de ter sido rebaixado no Campeonato Francês. O vice-campeão continental, Milan, tinha um grande time para representar a Europa contra o São Paulo. A prova disso veio em 1994, quando os jogadores do time rubro-negro formaram a base da seleção italiana que foi vice-campeã da Copa do Mundo nos Estados Unidos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Planejando 2009

Todo final de ano é a mesma coisa no futebol, acabam os compromissos nos campeonatos e os clubes já começam a pensar na próxima temporada e planejar o que tem que ser feito para que os resultados sejam os melhores possíveis.

O primeiro passo, é o comando da equipe, a manutenção de um treinador à frente da equipe por um longo tempo pode ser a chave para o sucesso, o exemplo do Brasileirão 2008 mostrou muito isso. São Paulo com Muricy Ramalho, Grêmio com Celso Roth, Cruzeiro com Adilson Batista e Palmeiras com Vanderley Luxemburgo ficaram com as quatro primeiras posições e estiveram à frente de suas equipes por todo campeonato. Esses quatro renovaram contrato e devem dar continuidade no trabalho. Caio Júnior do Flamengo também comandou o rubro-negro nas 38 rodadas do campeonato, mas no fim deixou escapar a vaga para Libertadores e passa o boné para Cuca.

Definidos os treinadores, o que mais movimenta os clubes e os noticiários esportivos nessa época são as contratações para montagem do elenco. Existe uma guerra de forças para contratar os melhores jogadores, aqueles que mais se destacaram ou que são prioridades para suprir deficiências apresentadas durante o ano.

O Corinthians incendiou o mercado de contratações com o anúncio de que Ronaldo Fenômeno vai vestir a camisa corinthiana em 2009, além dele o timão fechou com Túlio volante que estava no Botafogo, Jorge Henrique meia-atacante também do Botafogo e com o zagueiro Jean que era reserva do Grêmio.

Já o São Paulo saiu na frente com as boas contratações até agora, Wagner Diniz, Eduardo Costa, Washington, Renato Silva e Júnior César, todos jogadores que poderão agregar mais qualidade ao já ótimo grupo que possui o tricolor paulista.

O Santos fez um campeonato fraco em 2008, até agora anunciou o meia Madson que foi rebaixado com o Vasco e Lúcio Flávio meio campista que estava no Botafogo e que pulou fora do barco que parece que vai afundar lá em General Severiano.

O Palmeiras é quem vive o momento mais delicado entre os times de São Paulo. Teve o time principal quase que inteiramente desmanchado e têm apenas dois reforços já confirmados, Marquinhos atacante ex-Vitória e Cleiton Xavier que foi rebaixado com o Figueirense. O pior de tudo é que o Palmeiras ainda não sabe quem vai ser o presidente do clube e às eleições estão marcadas para o dia 26 de janeiro, dois dias antes da estréia na Pré-Libertadores. O Palmeiras segue sem definição nenhuma e muito atrasado nas contratações para 2009.

No Rio de Janeiro o que se vê é uma debandada de jogadores para outros centros, no Flu Thiago Silva foi para o Milan, Washington e Junior César foram para o São Paulo, no Botafogo Jorge Henrique e Túlio foram para o Corinthians, Renato Silva para o São Paulo e Lúcio Flávio para o Santos. No Vasco a desmontagem do elenco e a montagem será nos moldes para a disputa da Segundona.

Cruzeiro, Grêmio e Internacional prometem times muito competitivos para a próxima temporada. É nesse embalo que o futebol acontece no final de ano, boatos, verdades, sonhos, frustrações e principalmente esperança no pensamento do torcedor para que 2009 seja mais próspero que 2008.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Raimundo ganha fôlego dias antes da eleição no Goiás

Quinta -feira o Goiás Esporte Clube tem um dia fundamental na sua história. Não vai ser uma final de campeonato em campo, mas será uma batalha no lado político. E como a gente bem sabe, diferente do futebol, os conflitos políticos não têm hora para começar e muito menos hora para terminar.

A briga é entre Hailé Pinheiro e Raimundo Queiroz. Uma longa amizade que foi construída dentro da sede do esmeraldino e em mais de 20 anos o que hoje são dois lados opostos era uma única chapa.

A eleição no Goiás está além do que uma briga entre situação e oposição. As contas de Raimundo Queiroz, dá época em que era presidente, ainda não foram aprovadas o que deveria excluí-lo das eleições. Porém, lá está ele com sua candidatura para ser o presidente do clube no próximo biênio.

Segundo reportagem do repórter Felipe Cândido do jornal Diário da Manhã do dia 15 de dezembro de 2008 o prejuízo que o Goiás Esporte Clube teve de 2003 a 2007, período em que Raimundo era o presidente, foi de R$ 20.896.718,00. O relatório da auditoria do clube aponta dois empréstimos com irregularidades.

O primeiro teria sido feito no dia 2 de agosto de 2006 no valor de R$ 150 mil e outro de R$ 346.244,66 no dia 10 de agosto do mesmo ano. Todos os vencimentos seriam para janeiro de 2007, data em que o novo presidente do clube assumiria o Verde goiano. Os empréstimos foram feitos com Adilscon Antônio Vilarino Braga, em um momento que o Goiás precisava de dinheiro para quitar algumas contas ainda do primeiro semestre daquele ano, quando a gerência de futebol do clube apostou em medalhões de alto valor na disputa inédita da Libertadores da América. É bom lembramos que o Goiás teve um ano de 2006 ruim, sendo eliminado da maior competição sulamericana ainda nas oitavas de final.

Sobre este empréstimo Raimundo utilizou juros acima do cobrado pelo mercado. Gostaria muito de saber o porquê dessa cláusula que coloca as contas do Goiás no descrédito. Esta é uma prática que infringe o Código Civil brasileiro. Raimundo ainda não se pronunciou sobre este juro abusivo.

Outro empréstimo que causa polêmica, e ainda maior, é da empresa JF Esportes Ltda. Quem tem como sócio o empresário Renato Padilha. Foram três empréstimos em 2004 no valor de R$ 986.272,20, R$ 350 mil e R$ 300 mil. Estes adiantamentos venceriam em 2005 mas não foram efetuados os pagamentos. Na verdade apenas R$ 100 mil do empréstimo de R$ 300 mil foi pago.

Em entrevista a Rádio 730 em novembro o empresário Renato Padilha diz ter firmado um acordo com Raimundo Queiroz para que a quantia fosse paga depois, porém sem especificar uma data. Padilha não teria pressa para receber o que ainda não foi pago a sua empresa.

Raimundo alega que o Goiás precisava deste empréstimo para contar com um bom naquele ano de 2005. Porém, o próprio ex-presidente não provou como foram gastos esta receita que entrou nos cofres do clube.

Este empréstimo rendeu uma nova polêmica, agora sobre a existência ou não da empresa JF Esportes Ltda. Em 26 de fevereiro de 2008 o Conselho do Goiás representado por Rogério Santana de Ferreira, foi a cidade de Ivoti no Rio Grande do Sul para verificar a existência da empresa. No endereço do contrato de empréstimo, para o auditoria do clube, foi constatado que não existia a tal empresa.

Ontem a Rádio 730 foi ao local onde deveria estar situada a empresa. A emissora constatou que a JF Esportes Ltda tinha realmente sua sede em Ivoti, no mesmo local em que o Conselheiro do Goiás diz não ter encontrado nada. Um dos repórteres na cidade do interior gaúcho, Alípio Nogueira, ao ser perguntado se achava que Rogério Santana teria usado de má fé em não localizar a sede da empresa, o repórter se hesitou em responder por considerar de difícil acesso o local.

Raimundo Queiroz ainda deve se pronunciar e comprovar a auditoria do clube algumas supostas irregularidades como: erros em contabilização de saques; vendas de títulos; a venda do atacante Souza ao Flamengo; empréstimo tomado junto ao treinador Geninho e ao goleiro Harley.

O ex-presidente foge claramente de algumas perguntas. Como o porquê da alta taxa de juros no dinheiro recebido de Adilson Antônio, e o porquê da entidade Goiás recorrer a empréstimo de seus próprios funcionários. Este silêncio de Raimundo aliado ao fato de sempre dizer a imprensa que é uma “vítima” de Hailé Pinheiro, o deixa em situação ruim perante aos esmeraldinos.

A eleição estava quase perdida para Raimundo até segunda-feira última, dia em que a Rádio 730 descobriu que a J.F Esportes realmente existe. Hailé é o homem mais influente no Goiás. Porém, esta investigação desta emissora pode muito bem mudar um pouco o rumo desta eleição. Raimundo ganhou força novamente. Este pleito está, na minha visão, indefinido.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Amauri merece uma chance

Quem teve a oportunidade de assistir a partida entre Juventus e Milan pelo Campeonato Italiano viu um grande jogo de futebol. Os campeonatos europeus também estão pobres em número de bons jogos, mas a vitória por 4 a 2 da vecchia senhora foi muito interessante. Só que não vim aqui para falar do Calccio e nem mesmo de outro campeonato do velho continente. Há muito tempo me chama a atenção as atuações do brasileiro Amauri, da Juventus, e hoje mais uma vez o atacante foi muito eficiente.

Amauri se destacou no Palermo na temporada passada e foi contratado pela Juventus. O atleta já conquistou o seu espaço e é titular absoluto de seu time. Ele certamente merece uma chance na seleção brasileira. Nem acho que seja melhor do que Luís Fabiano ou Adriano. Estamos bem servidos de centroavantes, mas o atual momento do Imperador na Inter de Milão serve de alerta. Adriano tem correspondido todas as vezes que entra em campo com a camisa do Brasil. Foi assim na partida contra a Venezuela, nas Eliminatórias, e nos poucos minutos em que atuou no amistoso contra Portugal. O problema mais uma vez é a indisciplina. Adriano já irritou algumas vezes o técnico José Mourinho, chegou a ser afastado do grupo e pode sair do clube milanês em definitivo.

É bom ter outra opção para o lugar de Adriano caso o Imperador continue apresentando os já tradicionais problemas disciplinares. Até mesmo porque o próprio técnico da seleção não confia nos ''seus'' atacantes Jô e Alexandre Pato. Na última rodada dupla das Eliminatórias, Adriano nem sequer estava convocado, mas com o corte de Luís Fabiano foi chamado por Dunga. O normal era que os jogadores que já estavam convocados, como Jô e Pato, fossem os favoritos para assumir a vaga deixada por Luís Fabiano. Mas Dunga optou (corretamente) por Adriano. O errado nesse caso era a convocação de Jô e Pato. Quem discorda é só olhar o resultado de Brasil e Colômbia. Adriano foi suspenso na partida contra a Venezuela (vencida por 4 a 0 pelo Brasil) e não pôde jogar contra os colombianos. Azar do público que compareceu ao Maracanã e viu um pobre zero a zero.

Amauri deveria ser convocado para ser testado. Os amistosos, que na maioria das vezes não servem para nada, poderiam ser úteis para Dunga (basta ele querer) e Amauri. O atacante brasileiro, pouco conhecido em nosso país, é um grande centroavante. Como já disse, não o acho melhor do que Adriano e Luís Fabiano, mas é muito bom. Principalmente nas bolas aéreas. O jogador de 1,88m sabe fazer gols de cabeça como poucos. Ironia do destino seria se ele fosse convocado para o primeiro jogo da seleção em 2009, que vai ser justamente contra a Itália, país em que ele se profissionalizou. A azzurra, aliás, já sondou o atacante algumas vezes para defender a seleção italiana. A esperança de defender o Brasil falou mais alto e Amauri ainda aguarda uma convocação para defender as cores de seu país.

O jogador saiu do Brasil aos 19 anos, após disputar um torneio Sub-20 no país da bota. Depois de jogar em 5 equipes italianas, Amauri chegou a Juventus e hoje, com 28 anos, é um atleta pronto para ajudar a seleção brasileira. Se engana quem acha que é o mesmo caso do ''grande'' Afonso Alves, que fez vários gols no modesto Campeonato Holandês para ser convocado. Até acho que a convocação foi correta na época, já que o Brasil não tinha um centroavante definido como tem hoje. Se o campeonato é fraco tecnicamente, o atacante tem que fazer mais gols do que os artilheiros das ligas mais fortes e isso Afonso fez. Ele só não ganhou a chuteira de ouro da Europa porque o Campeonato Holandês tem peso inferior aos das principais ligas. E exatamente pelo nível do futebol holandês, Afonso Alves era uma dúvida que precisava ser testada.

Mas Amauri não é dúvida. Ele pode não dar certo na seleção, como outros grandes jogadores não deram, mas merece uma chance. Digo que não é dúvida porque ele é titular de um dos clubes mais importantes do mundo, atua nos principais campeonatos e dá conta do recado. Portanto, se trata sim de um grande jogador. Temos que nos acostumar e começar a valorizar atletas pouco conhecidos no Brasil. Digo isso porque, infelizmente, é cada vez mais comum jogadores deixarem o Brasil antes mesmo da profissionalização. Há quem diga que o jogador precisa ''se identificar'' com o país para defender a seleção.

Certamente se o futebol brasileiro oferecesse boas condições os jogadores não deixariam nosso país tão prematuramente como fez Amauri. Se essa ''identificação'' fosse realmente necessária, recusar um convite da seleção italiana tetra campeã mundial não seria uma bela prova de fidelidade e vontade de defender a seleção brasileira? Até nesse quesito Amauri vai bem e faz o que está ao seu alcance. Agora é com Dunga.

A Traffic não confia na punição da justiça, e ignora a Lei Pelé

Esta última semana no futebol, além da contratação de Ronaldo pelo Corinthians, ficou marcada também pelo acordo entre clubes e novos parceiros.

O Fluminense que já tem como principal investidor a Unimed, agora tem um novo vínculo com a Traffic, a mesma que é a investidora do Palmeiras. E o Botafogo também fechou um contrato com a Traffic.

O Fogão terminou o Campeonato Brasileiro com sérios problemas financeiros, correndo o risco de disputar o Campeonato Carioca com um time de juniores por falra de dinheiro para contratar novos jogadores. O que era um grande problema, teve a sua solução esta semana. O novo contrato com a Traffic já permite o torcedor do clube em sonhar com grandes contratações.

Com R$ 20 milhões para investir no futebol jogadores como Leandro ex-Palmeiras, Fahel do Goiás, além do apoiador Maicosuel do Palmeiras. O Botafogo volta a ficar um time competitivo nas maõs de Ney Franco.

A nova parceria ainda pode ajudar o time a investir no Engenhão, com a nomeação de setores do estádio com o nome da empresa, assim como o Visa pode fazer.

Aparentemente está tudo bem. Mas, o artigo nº 27-A da Lei 9.615 (Pelé) prevê uma empresa não pode investir direta ou indiretamente mais de uma entidade esportiva. Por ser o principal investidor do Palmeiras e agora junto com a MFD os investidores do Botafogo, além do Fluminense, a Lei foi burlada.

Qualquer clube do país pode entrar com um processo no STJD contra os três clubes. A punição pode acarretar em perda de pontos de qualquer torneio nacional além de exclusão destas competições, até o julgamento do processo.

J.Hawilla, presidente da Traffic, ainda não se pronunciou sobre o caso.

Qual "jeitinho" vai se conseguir neste caso?

domingo, 7 de dezembro de 2008

Caso Tardelli: CBF tem acertos porém, um erro gravíssimo

O sábado para o futebol brasileiro tornou-se agitado, assim como um outro sábado a três anos atrás, na famosa Máfia do Apito, estrelada pelo árbitro Edilson Pereira de Carvalho.

A final do campeonato brasileiro deste ano teve mais o seu foco nos bastidores da partida entre Goiás e São Paulo. Perda do mando de campo do clube esmeraldino, a escolha autoritária da CBF para o Bezerrão, o expressivo valor dos ingressos, o dinheiro da mala-branca, e agora o caso Tardelli. Nada melhor para este panorama de intrigas políticas a "cidade marivilhosa", Brasília.

O assunto está ainda muito superficial. Foi divulgado na imprensa nacional ainda ontem, mesmo dia em que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol tomou conhecimento do caso. Na tentativa de prevenir o espetáculo do campeonato, o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Côrrea, afastou o árbitro Wagner Tardelli da partida de Goiás e São Paulo. Atitude certa, já que não sabemos de provas autênticas e a partida estava a um dia de ser realizada. Mas, este é o grande problema do caso até agora. A falta de provas e o não pronunciamento dos "homens do futebol".

Divulgar apenas uma nota na internet falando da mudança na arbitragem para o jogo mais decisivo do campeonato a um dia da realização do mesmo é absurdo. Ricardo Teixera e Sérgio Côrrea deveriam ter convocado uma coletiva ainda ontem para esclarecer a questão, por mais que a CBF ainda não tivesse provas autênticas. Isto seria para o bem do futebol. Mas, quem disse que eles querem o bem do futebol?

Se o presidente da entidade máxima do futebol sabe de onde e quem preparava um envelope com dinheiro e ingressos para o show da Madonna, deve divulga-lás o mais rápido possível e não, simplesmente, esperar a rodada do final de semana. Só para levantarmos dúvidas de todo o campeonato? Além de haver uma indefinição sobre o que vai acontecer no decorrer da semana. Se o São Paulo ou o Grêmio estiverem envolvidos, não podem ser declarados Campeão Brasileiro.

É mais um desrespeito ao futebol nacional. Que venha a Copa de 2014. E mais imprensa nacional. Acostume-se a não receber declarações de governantes e de menbros da CBF sobre o dinheiro o público e a construção de novos estádios.

O futebol brasileiro pode estar com seus dias contados

Última rodada do Campeonato Brasileiro mais disputado da era dos pontos corridos. Na disputa, o São Paulo mostrando que é o grande clube do futebol brasileiro e do outro o Grêmio com a sua raça e o espírito guerreiro de sempre. Era o fortalecimento da fórmula e da paixão do torcedor pelo seu clube. ERA. Mais um escândalo de corrupção na arbitragem brasileira pode manchar mais um campeonato e fazer com que o torcedor perca a confiança e o amor com seu clube e com o esporte.

A denúncia de que o árbitro Wagner Tardelli teria recebido um envelope com dinheiro, ingressos para o show da Madonna colocam em xeque a credibilidade do futebol brasileiro. Tardelli foi afastado e não apita o jogo Goiás x São Paulo. O árbitro será Jailson Macedo de Freitas, que se preparava para apitar um jogo amador em seu estado no dia da decisão do Brasileiro.

O futebol brasileiro está com seus dias contados. São vários motivos que afastam a torcida de seu clube.

1- Jogadores que não se importam com o clube e que por alguns dólares a mais abandonam o clube em situações delicadas.
2 - Futebol-empresa. Os empresários é que fazem a festa.
3 - Corrupção na arbitragem
4 - Combinação de resultados. Vários exemplos estão aí para contar essa história.
5 - Dirigentes que querem a presidência de seu clube apenas para ganhar nome para serem eleitos a vereadores, deputados, etc...
6 - A falta de ídolos. Quem nasceu na década de 90 não tem ídolos em seus clubes. Dois times têm a honra de falar que tem ídolos. O São Paulo com Rogério Ceni e o Palmeiras com Marcos. Ambos goleiros. O resto não viu o atleta jogar por 3 anos e conquistar títulos de expressão em seus clubes. Ídolos como Zico, Roberto Dinamite e Pelé nunca mais vão aparecer. E não é pela qualidade, e sim pelo caráter, coisa rara no futebol de hoje.

Você confia no futebol brasileiro? Será que esse foi o único caso de corrupção nesse campeonato? Outros episódios ocorreram, mas não foram descobertos? Mudanças drásticas precisam ser tomadas, o futebol não pode ser tratado dessa forma.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

As mudanças na Série B

A partir do próximo ano, o estado de Goiás vai ter dois representantes na Série B do futebol brasileiro. Mas até quando? Os últimos anos mostram que não é fácil se manter na segunda divisão. Os motivos são os mais simples possíveis: desde 2006, quatro times sobem para a primeira divisão e quatro são rebaixados para a Série C, ou seja, de um ano para outro 8 times novos compõem a segundona.

Mas era de se esperar, porém, que existisse certa estabilidade na Série B, como ocorre em países da Europa, por exemplo. É comum ver equipes promovendo um verdadeiro ''sobe e desce''. São times fortes na segunda divisão, mas que não conseguem se manter na elite. No Brasil isso não ocorre. De 2001 pra cá, foram 22 acessos da segunda para a primeira divisão. Esses 22 acessos foram conquistados por 21 times diferentes, ou seja, apenas uma equipe conseguiu ser promovida duas vezes. Isso aconteceu com o Fortaleza em 2002 e em 2004.

Não há no Brasil um ''papa títulos'' da segunda divisão. O resultado disso é que em apenas 3 anos, a Série B foi modificada de forma incrível.

Times da Série B em 2006

Vila Nova, América de Natal, Brasiliense, Ceará, Portuguesa e Guarani

Náutico

Atlético Mineiro, Sport Recife, Paulista, Coritiba, Santo André, Marília, Ituano, Gama, Remo, Avaí, CRB, Paysandu e São Raimundo


Times da Série B em 2009

Vila Nova, América de Natal, Brasiliense, Ceará, Portuguesa e Guarani

Náutico

Ipatinga, Ponte Preta, Bragantino, Juventude, São Caetano, Bahia, Paraná, ABC, Fortaleza, Atlético Goianiense, Campinense e Duque de Caxias

Vasco, Figueirense ou Atlético Paranaense

Como se pode ver, a Série B teve uma mudança grande de 2006 pra 2009. Se Vasco e Figueirense se mantiverem na zona de rebaixamento após a última rodada, apenas 6 times que disputaram a segunda divisão 3 anos atrás irão disputá-la no ano que vem. O mesmo vai acontecer se o Atlético Paranaense for rebaixado. Caso o Náutico caia para a Série B, 7 times que disputaram a segundona em 2006 vão disputá-la em 2009.

O que mais chama a atenção é que apenas Ceará e Brasiliense permanecem intactos na segunda divisão. Nesse intervalo de 3 campeonatos, Vila Nova e Guarani se aventuraram na Série C. Portuguesa e América de Natal tiverem passagens frustrantes pela elite nacional. Estou pegando 2006 como parâmetro, porque esse foi o primeiro ano em quem a Série B foi disputada no formato de pontos corridos, com 4 vagas para a primeira divisão e 4 times sendo rebaixados.

As equipes que sobem para a Série A têm conseguido um relativo sucesso, como Coritiba e Vitória, por exemplo, que subiram no ano passado e conseguiram se manter com folga primeira divisão. O problema e o motivo de tanta mudança na Série B está ligado ao rebaixamento de 4 clubes. Apenas Vila Nova e Guarani conseguiram voltar da terceira divisão. Ituano e São Raimundo sumiram do mapa. Paulista, Remo e Santa Cruz vão tentar reviver no futebol na nova quarta divisão. O Paysandu vai jogar a reformulada Série C em 2009.

O que vai acontecer com o Vila Nova e com o Atlético nos próximos anos só o tempo vai dizer. A segunda divisão desse ano mostrou que não é preciso ser genial para alcançar o acesso. Mas um planejamento ruim, como o do Criciúma em 2009, por exemplo, leva o time para baixo. O Vila Nova sabe muito bem disso.

Não dá para prever o futuro, mas imagino que o planejamento dos clubes melhore com o planejamento da própria CBF. Acho que a mudança de times na Série B vai diminuir muito com a criação da terceira divisão com 20 clubes. Assim vai ficar mais fácil conseguir retornar. Uma Série C com 63 clubes, como esse ano, é muito desgastante e o critério regional adotado nas primeiras fases foramavam logo no início alguns ''grupos da morte'' e em contrapartida permitia com que times medíocres chegassem ao octogonal final. Portanto, se algum dia seu time cair para a Série C lembre-se de que agora o ''inferno'' é mais em baixo.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A expectativa e o favoritismo - Parte 2

Tá certo, esse Campeonato Brasileiro foi interessante como poucos. Se expectativa e favoritismo duelaram o tempo todo, não se pode esquecer as frustrações. Afinal, expectativa + favoritismo = frustração, em muitos casos. E no caso sa Série A, ela também foi um tempero a mais.

Com toda certeza, Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo estão frustrados.
E quanto a São Paulo e Grêmio? Quem vai ficar frustrado?

Pergunto isso não para obter uma resposta, mas para analisar o contexto da final. Grande parte da crônica esportiva aponta Grêmio como favorito. Como? Seria uma tentativa de mostrar que o campeonato ainda está indefinido? Tudo bem, ainda está. Mas o Grêmio não é o favorito. Na briga entre os dois tricolores pelo título, o paulista entra com ampla vantagem.

Vamos aos fatos:

O São Paulo não estará jogando em campo neutro. Pelo contrário. Se o Club do Mané é Caldas Novas dentro de Goiânia, o Bezerrão vai ser o Morumbi dentro do Distrito Federal.

O São paulo só precisa empatar. A equipe paulista não perde há 17 partidas.

O São Paulo tem o melhor ataque. Só não marcou gols em 5 partidas.

O São Paulo está mordido. Pelo empate com o Fluminense e por várias declarações durante a semana.

O São Paulo tem Muricy. Muricy não costuma errar duas vezes o mesmo erro. Me refiro ao fato de deixar que grupo achar que já ganhou.



Alem disso, as duas partidas não têm apenas 3 times jogando. O Atlético-Mg entra em campo, assim como o Goiás. Alguns jogadores dessas equipes nunca tiveram melhor vitrine. Ou vai dizer que o Goiás realmente sonha com a 6ª posição? Mala-branca? Se o Goiás recebe, o Galo também.


Por fim, não estou afirmando que o São Paulo será o campeão. E talvez não o seja. Já conversamos sobre essa história de expectatvia, favoritismo.... e frustração.


Mas é o favorito.

A expectativa e o favoritismo - Parte 1

Restando apenas uma única e decisiva rodada para o término da Série A do Campeonato Brasileiro, acabo por concluir que esse foi o Campeonato da expectativa e do favoritismo.

Essas duas palavras nunca estiveram tão entrelaçadas como em 2008.

Explico: Antes mesmo do início do Brasileirão no dia 10/5, todos indicavam 4 ou 5 favoritos. Como sempre e, naturalmente, os campeões estaduais. Cruzeiro, Internacional, Flamengo, Palmeiras, e alguns outros.

Ao sugerirmos favoritos, criamos a expectativa. E expectativa, segundo o Aurélio, nada mais é do que a esperança fundada em supostos direitos, probabilidades ou promessas.

E o torcedor adora isso.

Entretanto, que acompanhou a competição viu que não é tão simples assim. A cada rodada uma surpresa. A cada rodada um favorito indo do Céu ao Inferno. A cada rodada, expectativas nascendo e morrendo.

E isso é bom! Quem não gosta de se deliciar quando as previsões dão errado? Esses dias quase liguei em um matemático para perguntar qual é a chance dele errar... Só não o fiz por temer que o cidadão realmente começasse a fazer contas para me dar uma resposta.

Tem horas que o futebol é levado a sério demais. Às vezes as pessoas se levam a sério demais.

Pois bem, falemos logo da expectativa e do favoritismo arraigados à última rodada, em especial às duas partidas protagonistas, Goiás x São Paulo e Grêmio x Atlético-MG, sendo esse o real motivo de se escrever esse post.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Túlio e Wando não ficam no OBA em 2009

Vários treinadores gostam de destacar a necessidade de se manter uma base para o ano seguinte e o Vila faz o contrário e vai começar 2009 com um time totalmente diferente do que jogou o Campeonato Brasileiro da Série B. Alguns jogadores que ficaram na reserva por boa parte do campeonato são os jogadores que ainda podem continuar no elenco.
A lista de dispensa não ficou só entre os atletas não. O membro da comissão técnica que melhor trabalhou, o preparador de goleiros Jorgeira, não vai continuar no OBA. Givanildo já pediu a contratação de um novo profissional para essa função.

Para 2009, o assunto é diminuir custos. O Vila Nova fez um investimento pesado no campeonato brasileiro e não conseguiu os objetivos que almejava. O clube também não tem recursos suficientes para a permanência deste elenco. Por isso, vários jogadores estão de saída e os que vão ficar terão seus salários reduzidos.

O atacante Túlio Maravilha não é mais jogador do Vila Nova. Na manhã de terça-feira, o atleta foi ao OBA conversar com a diretoria e não houve acerto. A relação do jogador com a torcida está muito desgastada e o Vila não fez nenhuma proposta para a permanência de Túlio, que no ano de 2009, além de jogador de futebol, vai trabalhar(?) como vereador. O desempenho de Túlio, coincidentemente ou não, teve uma queda após a sua eleição e isso deixou vários membros da diretoria chateados.

A era Wando também teve seu fim no OBA. O atacante atuou pouco no ano devido a várias contusões. A diretoria queria propôr a Wando um contrato de produtividade, mas o atacante saiu sem falar a imprensa os motivos que causaram a sua não renovação. Uma dos motivos foi uma redução salarial. Em coletiva na segunda feira, o presidente Sizernando Ferro demonstrou uma insatisfação com o desempenho de Wando. Em 39 rodadas, o atacante jogou 23 partidas e marcou apenas um gol na competição.

Pedro Jr. tem contrato com um time japonês e não continuará no Vila.

A lista completa segue abaixo:

Zagueiros: Luís Carlos e Carlinhos
Lateral: Fernandinho
Meio-campistas: Alex Oliveira, Caíco, Guilherme, Amaral e Heleno
Atacantes: Túlio Maravilha, Wando, Bruno Batata, Pedro Jr e Johnny
Preparador de Goleiro: Jorgeira

O volante Werverson, que jogou apenas uma partida, e Marcel tiveram seus contratos renovados. O goleiro Lauro(não jogou), o lateral Adriano Jaciara(4 partidas, 2 de titular), os zagueiros Valença(8 partidas, 7 de titular, e Kleber Romero(9 partidas, 4 de titular) estão bem próximos do acerto.

Os zagueiros Higo e Thiago, o lateral Osmar e os meias Alisson, Soares, Filipe Oliveira, Vaqueiro e Leandro tem contrato para 2009 e ficam no grupo.

O goleiro Max pediu um aumento salarial e está em negociação com o clube. O arqueiro colorado recebia 25.000 reais que eram pagos por Vila Nova e Botafogo, clube dono de seu passe. Cada clube pagava 50%. O contrato com o Botafogo se encerra no fim de 2008 e após essa data Max será o dono do seu passe. Para permanecer no Vila, o goleiro pede 50.000 reais e o Vila oferece algo em torno de 20.000 reais. Paulo Beringh, diretor de futebol, disse que o goleiro já viajou para o Rio de Janeiro e a negociação pode se estender até o fim do ano.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Trocas de gentilezas entre Goiás e Grêmio

No dia 2 de dezembro de 2007 o Campeonato Brasileiro chegava a sua segunda rodada. Com o campeão, São Paulo, definido há algumas rodadas de antecedência, o foco da imprensa tornou-se as vagas para a Libertadores e principalmente a luta do Corinthians contra o rebaixamento. Não poderia ser diferente. Tratava-se do maior drama para um dos maiores times do Brasil.

Ano passado deveria ter sido cinco os rebaixados. Além de América de Natal, Juventude, Paraná e o Timão, o Goiás bem que poderia ter jogado a Série B neste ano. Era o G-5 que deixava de somar pontos em casa contra advesários inexpressivos, com atuações horríveis. Mas, pela regra da competição, só era rebaixados os quatro últimos.

A "decisão" poderia ter acontecido na penúltima rodada, quando o Goiás perdeu para o Atlético Mineiro no Mineirão e bastava o Corinthians vencer o Vasco da Gama. A fiel torcida assistiu em casa derrota para o time cruzmaltino. Mesmo assim o clube paulista chegaria a última rodada dependendo só de suas forças para escapar da Série B. O Goiás não. Além de vencer torcia para o Grêmio não permitir a vitória do Corinthians em Porto Alegre.

O time Esmeraldino "fez a sua parte". Note que esta última expressão está entre aspas. Até porquê, sem fazer força nenhuma o Internacional abriu o placar no Goiás. E com muita insistência para acertar um penâlti a equipe goiana virou a partida. "Feita a sua parte" era preciso torcer para o tricolor gaúcho. E assim foi, o Grêmio empatava com o Corinthians no Olímpico, levando este a segunda divisão e permitindo que o Goiás escapasse.

Neste próximo domingo o time de Paulo Bayer e companhia pode devolver a gentileza. A missão é bem mais complicada. Vencer o "time de momento", como disse Hélio dos Anjos, o São Paulo. Invicto há 17 partidas e só precisa de mais uma para se tornar o maior campeão brasileiro. Não há dúvidas de que por tudo o que mostrou nessa reta final o tricolor paulista é favorito para levantar a taça domingo já que precisa apenas de um empate. Mas o Goiás foi um grande time nas mãos de Hélio dos Anjos.

No meu ponto de vista seria uma devolução de "favor" na mesma medida. Não ser rebaixado para a Série B no ano passado foi como um título para o Goiás, por todo o investimento que se perde nessa troca de divisões.

Mesmo sem a "mala-branca" o Goiás entra com muito interesse neste jogo. Primeiro, Hélio dos Anjos não aceita o seu time passivo em campo e outra que todos os jogadores vão querer demonstrar bom futebol para o brasil inteiro.

Engraçado essas curiosidades do futebol!

O Novo Desafio

Depois de passar pela “prova” dos pontos corridos, o futebol brasileiro tem a necessidade de outra grande mudança. Em 2003, o Campeonato Brasileiro sofreu uma grande modificação. Pela primeira vez a competição passou a ser disputada no sistema de pontos corridos, uma fórmula na qual todas as equipes se enfrentam em partidas de ida e de volta. O time que soma mais pontos depois da última rodada é o campeão nesse formato que segue adotado no Brasil e está em sua sexta temporada.

A mudança não foi tão simples, pois o torcedor brasileiro estava acostumado com um campeonato mais curto e com mais fases. As finais eram muito esperadas e por isso, o campeonato de pontos corridos corria o risco de não ser bem aceito. A média de público em 2003 e em 2004 foi preocupante. No primeiro ano com a nova fórmula de disputa, a média de torcedores presentes nos estádios foi de pouco mais de 10mil. No ano seguinte foi ainda pior, com apenas 8mil expectadores em média por partida.

Mas aos poucos as pessoas se acostumaram com o campeonato longo, que tem duração de oito meses. Atualmente 20 clubes disputam o Campeonato Brasileiro da Série A e o alto equilíbrio no nível técnico faz com que praticamente todos os times estejam envolvidos em disputas, sejam elas pelo título, por vagas em competições internacionais ou pela fuga do rebaixamento para a segunda divisão. O torcedor entendeu o campeonato de pontos corridos e as várias “finais” que são os confrontos diretos. Com isso, a média de público nos estádios cresceu bastante.

No ano passado, 17.461 expectadores em média compareceram aos jogos durante o Campeonato Brasileiro. Em 2008, esse número está próximo dos 17mil expectadores por partida. No final do campeonato, as disputas se intensificam e surgem muitas promoções para atrair o público. Nas últimas rodadas, a média foi muito boa, melhor inclusive que em alguns países da Europa.

A presença de torcida nos estádios só não é maior porque no começo do campeonato nacional o desinteresse é muito grande. O motivo é que os clubes estão disputando fases decisivas de outras competições, como a Copa Libertadores da América e Copa do Brasil. Esse é o grande problema do Campeonato Brasileiro. Na Europa, Ásia e até mesmo em países da América do Sul, a temporada de futebol começa no mês de agosto e termina em maio do outro ano. Todas as competições começam e terminam no mesmo período. As férias ocorrem nos meses de junho e julho e a conseqüência no brasileirão é grave.

Os clubes da Europa principalmente, contratam jogadores no meio do ano para começarem a temporada em agosto. O Brasil é um grande mercado para esses clubes e por isso, o Campeonato Brasileiro é “esvaziado” no meio da competição, gerando um grande problema para os clubes, que perdem muitos jogadores e têm o planejamento alterado. O maior exemplo em 2008 é o Flamengo, que liderou a competição por nove rodadas seguidas.

O Flamengo perdeu atletas importantes e a partir da 14ª rodada começou a cair na tabela de classificação. O time rubro-negro perdeu três jogadores titulares, entre eles o atacante Marcinho, que era o artilheiro do Campeonato Brasileiro com sete gols marcados. Os atletas foram para times de Europa e da Ásia, onde a temporada de futebol estava no período de férias em pré-temporada. O Flamengo passou por dificuldades e caiu para a sétima colocação.
Obs: Não foi apenas o Flamengo que sofreu com a janela de transferências para o exterior. Ao todo, 83 jogadores que começaram a disputa da primeira divisão deixaram seus clubes até o final do primeiro turno. Mais de 40 atletas foram jogar em outro país, enquanto os demais ou estão sem clubes ou foram para times da segunda e da terceira divisão. O Santos, mesmo sem brilhar no Campeonato Brasileiro, foi o time que mais perdeu atletas. Cinco jogadores deixaram o peixe antes da metade do campeonato e foram para times da Europa. O Flamengo aparece em segundo lugar na lista dos mais desfalcados. O time carioca perdeu quatro jogadores. Em seguida estão Palmeiras, Grêmio e Fluminense que perderam três atletas cada.
A adequação
Uma possível adequação do nosso calendário ao calendário do futebol europeu já é estudada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O motivo é deixar o futebol brasileiro mais planejado e evitar que os clubes sofram tanto com as perdas de atletas no meio do campeonato nacional, como explica o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio. “A adaptação do calendário brasileiro seria importante para organizar mais o nosso futebol e dar mais tranqüilidade aos clubes”. Virgílio também fala sobre o número excessivo de competições que existe no primeiro semestre. “É preciso distribuir melhor as competições ao longo do ano. Os clubes que jogam a Copa Libertadores por exemplo, não podem jogar a Copa do Brasil, porque não há espaço no calendário. Isso tem que mudar”, diz o dirigente.

Os clubes da Série A são os mais prejudicados com o atual calendário do futebol brasileiro. Para o técnico Hélio dos Anjos, do Goiás, o único representante do estado na elite nacional, o que falta é somente a adequação ao calendário europeu, com a temporada começando em agosto e terminando no meio do ano seguinte. “O que falta é apenas nós invertermos a nossa temporada para ela ficar igual à dos demais países. O futebol brasileiro vive um momento muito bom, as regras estão sendo cumpridas, mas o problema é que exportamos muitos atletas no meio do ano e isso nos atrapalha muito”, diz Hélio.
Depois de implantar com sucesso o sistema de pontos corridos no país, o grande desafio dos nossos dirigentes para mudar o calendário de competições do Brasil. “Essa é uma das grandes preocupações de Ricardo Teixeira (presidente da CBF). Em breve ele vai tomar uma decisão definitiva a favor ou contra a mudança”, diz Virgílio Elísio, que acrescenta ainda que a televisão e os patrocinadores podem ser o maior empecilho para a nova medida. “A televisão e os patrocinadores sustentam o campeonato e por isso, a mudança no calendário do futebol não é tão simples. É preciso uma longa conversa a respeito desse tema, que é bastante complexo, para saber se a inversão da temporada de competições no Brasil é viável ou não”.

Apesar de concordar que alguma medida deve ser tomada para que os clubes brasileiros não sofram tanto com o êxodo de jogadores para o exterior, o presidente do Goiás, Pedro Goulart, é contra a mudança no calendário nacional. “Não concordo com a mudança no calendário nacional. Nós temos que ligar o futebol ao povo brasileiro e ninguém vai abrir mão de viajar nas férias, seja no natal ou no ano novo, para ver jogos de futebol”. Para o dirigente, a solução é outra. “É preciso que haja alguma mudança na lei no sentido de dificultar a saída de jogadores para o exterior. A outra opção seria diminuir o número de competições, o que não vai acontecer”, diz.

Mas o próprio calendário atual mostra que o torcedor brasileiro não estranharia muito o novo modelo, a ponto da presença de público nos estádios ser pequena. Os campeonatos estaduais já começam no em janeiro, geralmente no final do mês. Como o futebol brasileiro tem menos de dois meses de férias, seria possível encaixar um período de recesso em janeiro, que corresponderia ao meio da temporada. Seria um período ideal para fazer ajustes nos times e recuperar atletas. O período de férias de uma temporada para outra poderia começar na segunda metade de junho e terminar no início de agosto, totalizando pouco mais de um mês, que é exatamente a duração das férias atuais.

Com o calendário adequado, todas as competições começariam em agosto, inclusive as copas, e terminariam no final do primeiro semestre no ano seguinte. Dessa forma, seria possível distribuir as competições ao longo de dez meses de atividades. Apenas os campeonatos estaduais precisam sofrer modificações. Eles devem ser mais curtos e não durar mais do que dois meses. Isso é possível se for adotada uma fórmula de disputa com mais jogos eliminatórios dentro dos campeonatos estaduais, que atualmente são longos, com uma duração de três meses e com muitas fases diferentes. Mas o futebol brasileiro não precisa perder a sua identidade e nem mesmo o charme das tradicionais competições regionais para modificar o calendário de competições.
Copa Sul-Americana
Apesar da mudança no calendário nacional ser bastante complexa, existe um grande consenso entre os dirigentes quando o assunto é Copa Sul-Americana. Atualmente a competição é disputada no segundo semestre e não é capaz de atrair a atenção dos clubes e dos torcedores. O problema é que o torneio é realizado em meio à reta final do Campeonato Brasileiro e por isso, muitos clubes o desprezam porque têm objetivos mais importantes no campeonato nacional.

A temporada desse ano deixa bem claro o desinteresse dos clubes brasileiros pela Copa Sul-Americana. Oito times brasileiros se classificaram para a competição. Na primeira fase as equipes se enfrentaram em um sistema de mata-mata e apenas quatro avançaram para a fase internacional. A maioria dos times poupou jogadores nas partidas da Copa Sul-Americana. São Paulo, Palmeiras e Grêmio colocaram todo o time reserva em campo. Os motivos são vários. Quando a Sul-Americana começa, as equipes estão preocupadas com o título no Campeonato Brasileiro, com a conquista de uma vaga na Copa Libertadores ou com a fuga do rebaixamento. Somente quando ficaram longe dos cinco primeiros colocados no Brasileirão, é que Botafogo e Internacional, por exemplo, colocaram as suas equipes principais na Sul-Americana.
Obs: O técnico do Atlético Paranaense, Geninho, nem sequer foi ao México para o jogo contra o Chivas Guadalaraja, na Copa Sul-Americana. O filho do treinador, André Souto, comandou os reservas do time, que empataram por 2 a 2 e depois foram eliminados no jogo de volta em Curitiba, já com a presença de Geninho no banco da equipe.
Para o presidente do Goiás, Pedro Goulart, é possível mudar essa competição para atrair o interesse dos times. “Essa competição sim é possível ser modificada. A Copa Sul-Americana não leva a lugar nenhum e a premiação é baixa. Ela é disputada do segundo semestre, quando os times estão brigando por objetivos mais importantes no Campeonato Brasileiro.” Já o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, também acha que há como modificar essa competição. “Nós deveríamos ter em toda América do Sul, a Libertadores e a Sul-Americana disputadas ao mesmo tempo, para valorizar os dois campeonatos. Da nossa parte não há problema algum, porque os clubes brasileiros que disputam a Copa Libertadores não disputam a Sul-Americana. O problema mais uma vez está na televisão e também na Conmebol, que são os organizadores do torneio. De fato, se apenas tirarem da Sul-Americana os times que jogam a Copa Libertadores, a televisão vai perder audiência, mas se as duas competições forem disputadas ao mesmo tempo isso não vai acontecer”.