quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Os contratos dos grandes clubes brasileiros. Flamengo sai na frente.

A crise mundial que afeta bancos, empresas, e investidores também chega ao futebol mundial. Este assunto pode ser visto de vários pontos e renderá, aqui neste blog, muitas análises e observações. Chamo a atenção as renovações de contrato dos grandes clubes brasileiros.

O Flamengo anunciou ontem que já está tudo acordado entre o clube e a Petrobrás para uma renovação de contrato. Atualmente a empresa paga R$ 16 milhões anuais. Durante o mês de outubro a parceria, que já dura a tantos anos, esteve ameaçada , para o um fim nem tão precoce. O presidente do Flamengo Márcio Braga anunciou neste período que gostaria de uma renovação de R$ 25 milhões anualmente. Ontem o clube e a empresa petrolífera fecharam o acordo em R$ 18,2 milhões anualmente. Caso seja concretizada o novo contrato será o maior do Brasil.

Atualmente a parceria com maior valor no futebol nacional é a do Corinthians. A Medial Saúde pagou nesta temporada R$ 16,5 milhões. E o resultado? O melhor possível. Mais de 50% na arrecadação da empresa até o fim do mês de outubro. Porém, é preciso lembrar, o mundo está crise e fechar grandes contratos será uma tarefa ardua para os dirigentes.

O Timão vive esse processo. Apesar dos incríveis retornos, a empresa decidiu não renovar como patrocinador principal na próxima temporada. No máximo um anúncio na manga da camisa da equipe. Andrés precisa fechar rapidamente um novo acordo e primeiro lembrar do contexto mundial. Ele já pediu R$ 22 milhões. A maior interessada é um banco. Isso mesmo um banco. O Bradesco.

Mesmo com a quebra de vários bancos no mundo o Bradesco quer investir. Talvez para concorrer com o IU Banking, a fusão do Itaú e do Unibanco que tornou-se o banco com maiores investimentos no país. Para participar dessa concorrência nada melhor que investir em uma das mais vendidas camisas do Brasil. Mas... R$ 22 milhões? Isso é muito. Existem mais empresas na briga, uma delas do setor petrolífero. Bradesco e Corinthians reunem-se nas próximas semanas. A nós e aos torcedores do timão resta esperar e apostar no "bom-papo" de Andrés Sanchez.

Você achou loucura do presidente do Corinthians pedir esse valor? Mais loucura que isso foi o que pediu o presidente do São Paulo. Incríveis R$ 30 milhões. O contrato com a LG está chegando ao fim e o tricolor paulista precisa de novos investimentos.

Por isso que o contrato assinado entre Flamengo e Petrobrás foi muito vantojoso para o time carioca. Mais do que o maior acordo do futebol brasileiro, pois isso deve ser superado, mas, torna-se importante, porque defini o futuro financeiro do clube, permitindo uma maior segurança neste momento em que o mercado do futebol está em plena atuação.

Ficar sem um horizonte de dinheiro ao final de cada acordo, foi um dos grandes problemas do Flamengo no início das últimas temporadas. Para o rubro-negro resta definir o futuro com a Nike. E para Corinthians e São Paulo, é preciso que haja solução a esse problema os mais rápido possível. Mas, sem exageros...

4 comentários:

Thiago Rabelo disse...

Eu não acho nenhum exagero o São Paulo pedir 30 milhões. O time ganhou as duas últimas edições do campeonato nacional, é o time brasileiro que vem obtendo os melhores resultados. Está na hora dos clubes pararem de aceitar "esmola" e pedirem uma quantia mais alta para que os bons jogadores fiquem no futebol nacional. Alguns clubes bem tradicionais do Brasil como Inter e Grêmio estão recebendo uma quantia inferior a 8 milhões de reais anuais, esses números são bem baixos e comprometem o trabalho da diretoria em contratações. O Inter tem um elenco caro graças aos sócios torcedores que hoje beira a casa dos 70 mil.

E a Medial conseguiu uma visibilidade boa com o Cornthians, mas os números são bem inferiores ao que eles esperavam.

Daniel Mundim disse...

O Thiago está certo. Todos os clubes brasileiros hoje dependem da venda de jogadores para se manterem. O São Paulo, mesmo com o provável tricampeonato vai ter déficit de 12 milhões de reais esse ano. Tá na hora dos times buscarem outras fontes de renda sem ser a venda de jogadores, ou pelo menos se tornarem menos dependente dela...daí a cota de patrocínio e direitos de imagem.

Anônimo disse...

Concordo com todos. Mas ressalto outra qustão que acho fundamental.
Todos os clubes brasileiros são péssimos em merchandising. Uma camisa a venda por R$120 não faz sentido. Se o preço girasse em torno de R$60/80, o torcedor com certeza faria um esforço, e compraria. Vendendo 4 camisas a esse preço, o lucro é duas vezes maios do que vendendo apenas 1, no preço atual. E cm certeza é mais fácil vender essas 4, do que 1 que custa os olhos da cara.

Outro ponto negativo está na distribuição. Se dentro do territóro brasileiro ela já é péssima, fora do páis praticamente inexiste. Times como Flamengo, Corithians, São Paulo, e outrs venderiam seus produtos facilmente em lojas européias. Infelizmente, falta uma certa visão às diretorias de marketing...

Vinícius Moura disse...

Concordo em alguns pontos com vocês. Thiago e Daniel, adoraria ver os clubes ganhando o que merecem e não dividindo seus lucros com empresários. Mas, o contexto mundial impede grandes renovações. Se R$ 30 milhões já foi absurdo quando a economia mundial estava mais liberal, agora com toda a crise e estatizações dos governos mundias à empresas, os investimentos caem. Isso é natural

Por isso os dirigentes precisam sair do mundial ficcional e entenderem da real situação. Claro, o São Paulo merece mais que o atual R$ 16 milhões, mas, R$ 30 milhões é absurdo.

Os custos com os jogadores devia diminuir. Acho, alguns salários altos demais. Exemplo. Os R$ 200 mil para o Cuevas do Santos. E o R$ 1 milhão a comissão técnica do Palmeiras.

Mas é inegável que a crise tem um outro ponto. Os times europeus têm menos força para investir milhões em uma promessa brasileira. Mas essa regra, ainda não vale para países do Oriente.