terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Raimundo ganha fôlego dias antes da eleição no Goiás

Quinta -feira o Goiás Esporte Clube tem um dia fundamental na sua história. Não vai ser uma final de campeonato em campo, mas será uma batalha no lado político. E como a gente bem sabe, diferente do futebol, os conflitos políticos não têm hora para começar e muito menos hora para terminar.

A briga é entre Hailé Pinheiro e Raimundo Queiroz. Uma longa amizade que foi construída dentro da sede do esmeraldino e em mais de 20 anos o que hoje são dois lados opostos era uma única chapa.

A eleição no Goiás está além do que uma briga entre situação e oposição. As contas de Raimundo Queiroz, dá época em que era presidente, ainda não foram aprovadas o que deveria excluí-lo das eleições. Porém, lá está ele com sua candidatura para ser o presidente do clube no próximo biênio.

Segundo reportagem do repórter Felipe Cândido do jornal Diário da Manhã do dia 15 de dezembro de 2008 o prejuízo que o Goiás Esporte Clube teve de 2003 a 2007, período em que Raimundo era o presidente, foi de R$ 20.896.718,00. O relatório da auditoria do clube aponta dois empréstimos com irregularidades.

O primeiro teria sido feito no dia 2 de agosto de 2006 no valor de R$ 150 mil e outro de R$ 346.244,66 no dia 10 de agosto do mesmo ano. Todos os vencimentos seriam para janeiro de 2007, data em que o novo presidente do clube assumiria o Verde goiano. Os empréstimos foram feitos com Adilscon Antônio Vilarino Braga, em um momento que o Goiás precisava de dinheiro para quitar algumas contas ainda do primeiro semestre daquele ano, quando a gerência de futebol do clube apostou em medalhões de alto valor na disputa inédita da Libertadores da América. É bom lembramos que o Goiás teve um ano de 2006 ruim, sendo eliminado da maior competição sulamericana ainda nas oitavas de final.

Sobre este empréstimo Raimundo utilizou juros acima do cobrado pelo mercado. Gostaria muito de saber o porquê dessa cláusula que coloca as contas do Goiás no descrédito. Esta é uma prática que infringe o Código Civil brasileiro. Raimundo ainda não se pronunciou sobre este juro abusivo.

Outro empréstimo que causa polêmica, e ainda maior, é da empresa JF Esportes Ltda. Quem tem como sócio o empresário Renato Padilha. Foram três empréstimos em 2004 no valor de R$ 986.272,20, R$ 350 mil e R$ 300 mil. Estes adiantamentos venceriam em 2005 mas não foram efetuados os pagamentos. Na verdade apenas R$ 100 mil do empréstimo de R$ 300 mil foi pago.

Em entrevista a Rádio 730 em novembro o empresário Renato Padilha diz ter firmado um acordo com Raimundo Queiroz para que a quantia fosse paga depois, porém sem especificar uma data. Padilha não teria pressa para receber o que ainda não foi pago a sua empresa.

Raimundo alega que o Goiás precisava deste empréstimo para contar com um bom naquele ano de 2005. Porém, o próprio ex-presidente não provou como foram gastos esta receita que entrou nos cofres do clube.

Este empréstimo rendeu uma nova polêmica, agora sobre a existência ou não da empresa JF Esportes Ltda. Em 26 de fevereiro de 2008 o Conselho do Goiás representado por Rogério Santana de Ferreira, foi a cidade de Ivoti no Rio Grande do Sul para verificar a existência da empresa. No endereço do contrato de empréstimo, para o auditoria do clube, foi constatado que não existia a tal empresa.

Ontem a Rádio 730 foi ao local onde deveria estar situada a empresa. A emissora constatou que a JF Esportes Ltda tinha realmente sua sede em Ivoti, no mesmo local em que o Conselheiro do Goiás diz não ter encontrado nada. Um dos repórteres na cidade do interior gaúcho, Alípio Nogueira, ao ser perguntado se achava que Rogério Santana teria usado de má fé em não localizar a sede da empresa, o repórter se hesitou em responder por considerar de difícil acesso o local.

Raimundo Queiroz ainda deve se pronunciar e comprovar a auditoria do clube algumas supostas irregularidades como: erros em contabilização de saques; vendas de títulos; a venda do atacante Souza ao Flamengo; empréstimo tomado junto ao treinador Geninho e ao goleiro Harley.

O ex-presidente foge claramente de algumas perguntas. Como o porquê da alta taxa de juros no dinheiro recebido de Adilson Antônio, e o porquê da entidade Goiás recorrer a empréstimo de seus próprios funcionários. Este silêncio de Raimundo aliado ao fato de sempre dizer a imprensa que é uma “vítima” de Hailé Pinheiro, o deixa em situação ruim perante aos esmeraldinos.

A eleição estava quase perdida para Raimundo até segunda-feira última, dia em que a Rádio 730 descobriu que a J.F Esportes realmente existe. Hailé é o homem mais influente no Goiás. Porém, esta investigação desta emissora pode muito bem mudar um pouco o rumo desta eleição. Raimundo ganhou força novamente. Este pleito está, na minha visão, indefinido.

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