domingo, 27 de setembro de 2009

Atlético-GO, cada vez mais cerebral, vence clássico dos opostos



O quarto confronto entre Atlético-GO e Vila Nova em 2009 teve, mais uma vez, um final bastante conhecido para ambos os times e seus respectivos torcedores. Bastante conhecido, principalmente, nos últimos 6 anos.


Esse é o tamanho da supremacia atleticana na história recente do confronto. Esse é também o tamanho do jejum de vitórias vilanovenses no clássico. De 2003 pra cá foram 12 jogos, sendo 6 vitórias do Atlético-GO e 6 empates. Some-se a isso os confrontos de 2009 – 3 jogos, 2 vitórias atleticanas e 1 empate -, a diferença dos times na tabela de classificação, o empurra-empurra no que se refere ao favoritismo, as declarações de alguns jogadores durante a semana e o episódio das pichações no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga e temos um breve panorama do clima que antecedeu a partida.


O fato é que os dois times queriam muito a vitória. O Atlético-GO, para espantar uma seqüência de péssimos resultados e impedir a instalação de uma crise. O Vila Nova, para afastar de vez o fantasma do rebaixamento e, principalmente, desbancar o arqui-rival do momento. Só que, teoricamente, existe uma abismo técnico e tático que diferencia as duas equipes. ... e a grande questão ontem era saber o que prevaleceria: a superioridade atleticana ou a vontade e o momento do Vila?


Na medida do possível, os técnicos escalaram o que tinham de melhor e não fizeram surpresa. Os dois times jogaram no 4-4-2, e com três volantes. Sem poder contar com Chiquinho e Róbston, o técnico Mauro Fernandes promoveu a entrada de Alysson e Agenor, assim como desbancou Elias e escalou Anaílson na equipe titular, que era: Márcio; Rafael Cruz, Antônio Carlos, Leandro Amaro e Alysson; Agenor, Leandro Carvalho, Pituca e Anaílson; Marcão e Juninho. No Vila, os desfalques eram Cocito e Jeferson Ângulo. O time titular tinha: Juninho; Dida, Edson Borges, Leonardo e Osmar; Claudinho Baiano, Otacílio, Alisson e Ricardinho; Alex Dias e Willian.


O jogo começou com chances de gol desperdiçadas pelos dois times. Anaílson recebeu livre na grande área e bateu para a ótima defesa de Juninho. Após cobrança de escanteio, Leonardo ficou com a bola na pequena área e chutou em cima do goleiro Márcio. O Vila Nova tomava as ações do jogo e tinha maior posse de bola.


No entanto, aos 11min Pituca foi derrubado na entrada da grande área. Márcio foi para a cobrança e acertou um belo chute no ângulo direito de Juninho. Mais uma vez o goleiro balançou as redes contra o Vila Nova, mesmo time em que o goleiro fez seu primeiro gol de falta, em 2007, pela Série C.


No placar, 1x0 pro Dragão. Em campo, o Vila seguia até melhor, mas concentrava as jogadas em Osmar, pela ala-esquerda, e em Willian, pouco inspirado. Vez ou outra, Dida era acionado e alçava bolas na área, que sentia a falta de um jogador alto e bom cabeceador. O Atlético-GO, por sua vez, cadenciava a partida, investia em contra-ataques e tinha em Juninho, sua melhor opção ofensiva.


As equipes voltaram para a etapa complementar sem quaisquer alterações. Assim como no primeiro tempo, o Vila jogava melhor, mas faltavam boas opções ofensivas. Em alguns momentos, faltava até técnica e entrosamento. Alex Dias era nulo em campo. Aos 19min, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Antônio Carlos, que ampliou o placar. Atlético-GO 2x0 Vila Nova. A vitória aumentava para 13 jogos a invencibilidade atleticana e cada minuto decorrido diminuía as chances do volante Alisson debutar e vencer o Dragão pela primeira vez na carreira. Alisson, atleta das categorias de base do Vila, e que em entrevista a equipe Doutores da Bola, afirmou que se tratava de seu último clássico. Com o término de seu contrato ao fim do ano, o jogador reiterou que não pretende ficar mais um ano no Tigrão.


Após o gol, a partida seguia morna. Até a entrada de Nena e, principalmente, Ray. Os dois atacantes entraram muito bem e colocaram fogo na partida. Após penalty sofrido por Ray, Dida converteu a cobrança e o Vila passou a ser todo ataque. Restavam pouco mais de 10min, tempo suficiente para duas bolas na trave. Mas não para o gol de empate. Fim de jogo, Atlético-GO 2x1 Vila Nova.


A partida não foi espetacular. Tampouco foi disputada à flor da pele, como o transcorrer da semana previa. Mas foi uma partida representativa. O Vila fez o que pôde. Não seria surpresa se vencesse. Seria um feito e tanto de uma equipe que não se entregou e buscou a partida a toda instante, mesmo que não da melhor maneira possível.
Mas o que ficou claro é que o Atlético não é mais aquela equipe inocente. A exceção é a partida contra o Vasco, onde o time fraquejou e mostrou imaturidade. Nas demais, vemos um time que já demonstra malícia e saber ser objetivo. O Atlético não mais se expõe como antes, não se mostra tão vulnerável ao atacar, como outrora. E sim, é um time cada vez mais cerebral.


foto por Marco Monteiro, do Diário da Manhã

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